quinta-feira, 4 de março de 2010

Homenagens lembram Tacredo Neves nos 100 anos de seu nascimento

Com as presenças do ministro das Comunicações, Hélio Costa, e do governador Aécio Neves, será lançado hoje, em Belo Horizonte, um selo comemorativo do centenário de nascimento do ex-presidente Tancredo Neves. O evento faz parte de uma série de homenagens que irá se prolongar até 21 de abril – o dia de sua morte, um dos traumas nacionais no recente período da redemocratização.

Na quarta-feira, o Congresso faz uma sessão solene para lembrar o primeiro presidente civil após o golpe militar de 1964. Na quinta, será inaugurada a nova sede do governo de Minas, projetada por Oscar Niemeyer, com o nome do ex-presidente. No mesmo dia, em São João Del Rey, às 17h visita ao Túmulo do Presidente Trancredo Neves - Igreja de São Francisco de Assis e às 18h Reinauguração do Memorial Trancredo Neves completamente reformulado. As comemorações prosseguirão com exposições, lançamentos de livros e de um documentário cinematográfico dirigido por Silvio Tendler, homenagens na Academia Brasileira de Letras e no Museu Histórico do Rio.

Tancredo nasceu em São João del Rey no dia 4 de março de 1910. Foi deputado federal, senador e governador de Minas. Também fez parte do gabinete ministerial de Getúlio Vargas e ocupou o cargo de primeiro-ministro no curto período parlamentarista que o Brasil teve, no início dos anos 1960, no governo de João Goulart.

Tido como político conciliador e hábil articulador político, ele ocupava o cargo de governador de Minas pela segunda vez quando se lançou candidato a presidente.

Foi eleito no dia 15 de janeiro de 1985, pela via indireta, no Colégio Eleitoral. Seria o sucessor do general João Baptista de Figueiredo, o último representante da dinastia de militares que se sucederam no poder desde 1964, e havia enorme expectativa em torno do governo que chefiaria.

Com a posse marcada para 15 de março, ele ainda estava compondo seu ministério quando foi vítima de uma infecção generalizada, que o levaria à morte 31 dias depois. Quem assumiu foi seu vice José Sarney, ex-integrante do PDS, antigo partido de sustentação da ditadura.

Passados 25 anos, a memória dos 50 anos da carreira política de Tancredo parece reduzida ao período de transição democrática, quando participou da campanha pelas eleições diretas e, depois, foi ao Colégio Eleitoral.

– Os jovens não o conhecem e os mais velhos lembram das Diretas Já. Só os que se interessam pela história do Brasil sabem quem ele foi realmente. Na eleição do marechal Castelo Branco, no Congresso, só dois deputados votaram contra. Um foi meu avô – diz Andrea Neves, neta mais velha de Tancredo e coordenadora das comemorações do centenário.

Nenhum comentário: