sexta-feira, 7 de outubro de 2011

PAI, E NÃO GENITOR

É uma revolta muito grande para um pai a descoberta de que foi traído, foi enganado. Mas como depois de 30 anos, simplesmente, se diz a uma pessoa que aquele que ela considerava seu pai não é mais? Durante anos, ele aceitou com naturalidade essa paternidade. Seu casamento acabou, mas se estabeleceram entre os membros daquele núcleo afetos que não podem ser desfeitos. Esse é o risco inerente à paternidade. É verdade que o afeto não pode ser imposto, mas é possível fazer um pensamento inverso. Se o houvesse o conteúdo econômico nesta obrigação, será que esse pai se preocuparia em retirar a paternidade?

Dentro da nova visão do direito, ele pode ser não genitor , mas é o pai. Se um dia ela se interessar em saber qual seu pai biológico, isso não vai gerar necessariamente a sua destituição.

Hoje, o que temos são famílias mosaico, com relações se entrelaçando cada vez mais, se distanciando do modelo tradicional: pai, mãe, filhos e união insolúvel.

Rodrigo da Cunha Pereira

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