O direito de todos os cidadãos de ir e vir, de ocupar o espaço público e de conviver socialmente nesse espaço, são principíos fundamentais para compreender a dimensão do significado expresso na palavra trânsito. Tal abordagem, ampliando a visão do trânsito, considera-o como um princípio histórico-social que envolve, principalmente, as relações estabelecidas entre as pessoas e o espaço, assim como as relações das pessoas entre-se.
A violência no trânsito e a drástica redução da qualidade de vida no meio urbano, consequência direta dos problemas de mobilidade e ordenamento, leva à necessidade de adoção de novos modelos de desenvolvimento urbano e de transporte, e da introdução, nas politicas públicas, dos preceitos de sustentabilidade e desenvolvimento.
No sentido do exercício democrático é que se coloca a pertinência e a legitimidade da participação da sociedade na discursão e na proposição de ações referentes ao trânsito, tido como fenômeno resultante da mobilidade dos cidadãos. É crescente a movimentação da coletividade buscando se organizar. Por sua vez, os governos, nos diversos níveis, paulatinamente, vem abrindo espaços e oportunidades à participação popular,
Priorizar e incentivar a participação da sociedade e promover a produção e a veiculação de informações claras, coerentes e objetivas significa, assim, construir um ambiente favorável à implantação de uma nova cultura, orientada ao exercício do trânsito cidadão e da qualidade de vida.
Para se reduzirem as ocorrências e implementar-se a civilidade no trânsito, é preciso tratá-lo como uma questão multidisciplinar que envolve problemas sociais, económicos, laborais, e de saúde, em que a presença do Estado de forma isolada e centralizadora não funciona.
O verdadeiro papel do Estado é assumir a liderança de um grande e organizado esforço nacional em favor de um trânsito seguro, mobilizando, coordenando e catalisando as forças de toda a sociedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário