Do ano velho guardo boas recordações, algumas realizações e dois ou três quilos a mais. Dinheiro que é bom não guardei, mas brasileiro, em nosso tempo, não guarda dinheiro, termina de pagar. E como acabei de pagar o que devia, isso já não é pouco, acabei com lucro.
No mais, vou sair de 2013 sereno e docemente, que é como se deve deixar qualquer lugar.
Não sei como é o leitor ou leitora, mas eu quando saio, costumo partir mansamente, com até já, para quem está mais perto, um adeusinho para quem via e pronto, isso já é o bastante. Assim se deve agir, principalmente quando se faz o bem. quando se pisou na bola, também...
Mas não é só quando se sai de um lugar que convém ter as portas abertas para um possível retorno. É aconselhável essa postura também quando se deixa um tempo. Ou você acha que é só no começo que se vai e volta? Onde eu mais viajo é no tempo. E como sempre procurei estar bem com cada estação da vida , posso dizer que ando de bem com a vida.
Esse 2013 por exemplo: Deixei nele boas razões para visitá-lo.
São esses momentos, intensamente vividos, que fazem, de fato, a vida. Daí essa mania que tenho de não sair de perto, de fechar os olhos, de partir, ficando e de ficar, partindo.
Não, não vamos jogar pedras no ano que acabou , antes vamos deixá-lo de mansinho, como se deixa o avô que dorme. Pé ante pé a gente entra no ano novo, que é como convém quando se entra no quarto de um bebe. Como ano novo é assim: nós o observamos como a um bebê dormindo, fazemos planos, acalentamos-o, e então marchamos : nós e o tempo.
Até que um dia a gente parte e o tempo permanece, e nós então é que tornamos lembrança, assim como fizemos com o ano que passou, que imaginamos velho, quando velhos nós é que ficamos.
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