terça-feira, 17 de dezembro de 2013

ADEUS 2013


Do  ano  velho  guardo  boas  recordações, algumas  realizações  e  dois  ou três  quilos  a mais.  Dinheiro  que  é  bom  não  guardei,  mas  brasileiro, em nosso  tempo, não  guarda dinheiro,  termina  de pagar. E  como  acabei  de pagar  o  que  devia,  isso  já  não  é pouco, acabei com  lucro.
No mais,  vou  sair  de  2013   sereno  e  docemente,  que  é  como  se  deve deixar  qualquer  lugar.
Não sei como  é  o  leitor  ou  leitora, mas eu  quando  saio, costumo  partir mansamente,  com  até  já, para  quem  está  mais  perto,  um  adeusinho para  quem  via  e  pronto,  isso já  é o bastante.  Assim  se  deve  agir, principalmente  quando  se faz  o  bem. quando  se pisou  na bola, também...
Mas  não  é  só  quando  se sai  de  um  lugar  que  convém  ter as  portas abertas  para  um  possível  retorno.  É  aconselhável  essa  postura  também quando se deixa  um  tempo.  Ou  você  acha  que  é  só  no  começo  que  se vai  e volta?  Onde  eu  mais  viajo  é  no  tempo.  E  como  sempre  procurei estar  bem  com  cada  estação  da vida ,  posso  dizer  que  ando  de bem com  a vida.
Esse  2013  por exemplo:  Deixei  nele  boas  razões  para  visitá-lo.  
São  esses  momentos, intensamente  vividos,  que  fazem,  de fato, a vida. Daí  essa  mania  que  tenho  de  não  sair  de perto, de fechar  os  olhos,  de partir, ficando  e de ficar, partindo.
Não, não  vamos  jogar  pedras  no  ano  que acabou , antes  vamos  deixá-lo de mansinho,  como  se  deixa  o avô  que  dorme.  Pé  ante pé a  gente entra no  ano  novo,  que  é   como  convém  quando  se entra  no  quarto  de um bebe.  Como  ano  novo  é assim:  nós   o observamos  como  a um  bebê dormindo,  fazemos    planos,  acalentamos-o,  e  então  marchamos  :  nós e  o tempo.
Até que um dia  a gente  parte  e  o  tempo  permanece, e  nós  então  é que tornamos  lembrança,  assim  como  fizemos  com  o ano  que  passou,  que imaginamos  velho,  quando  velhos  nós  é que ficamos.

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