sábado, 18 de junho de 2011

MÃO NA PAREDE ESTREMECE O SER HUMANO

Esta é a ordem que os jovens, principalmente pobres, negros da periferia ou do centro, chamados suspeitos com antecedentes criminais ou não, recebem da Policia Civil e Militar.
Mãos na parede é o início de um ritual ou procedimento em que a violência, o sadismo e o abuso de autoridade, na maioria dos casos, estão presentes. É uma sucessão de humilhação em que se usa toda a sorte de palavras de baixo calão para dominar, submeter, revistar e averiguar se os suspeitos são realmente culpados ou não.
O ritual autoritário dos policiais se repete várias vezes ao dia e a à noite nos bosões pobres da cidade, Basta ser considerado suspeito ou perigoso - como estar de bermuda, ténis ou boné, claro que não os de marca. Mas os suspeitos nunca estão nas portas dos colégios e dos clubes de elite da cidade.
Não podemos querer restabelecer níveis aceitáveis de segurança para a população criando uma postura de terror.. Postura esta que gera arbitrariedade como rasgar documentos, retirar objetos, agressões físicas e moral e, o pior de tudo, a morte, Pessoas sendo tratadas com crueladde e com provocações para que a reação seja controlada com uma reação maior, dura e violenta.
Os inimigos da cidadania dirão se queremos que os bandidos sejam tratados com flores, palavras doces e educadas.
Claro que queremos , exigimos e temos o direito é que todos sejam tratados com limites claros, conhecidos e legais, nos quais a segurança não esteja baseada na barbárie, mas em princípios éticos e com procedimentos técnicos.
Não sugerimos nem pretendemos ingenuidade. Ingenuidade é acreditar que com esses metódos a violência será coibida, diminuída ou controlada. Na verdade o que estamos fazendo é destruir a confiança da população nos agentes de segurança.
A invação de domicilio sem ordem judicial, a intimidação pela força das armas, arrancarem informações pela brutalidade da tortura não nos diferenciam daqueles que condenamos pelas suas ações criminosas, mas nos tornamos ainda piores porque agimos assim pela autoridade do Estado.
O método que até agora vem sendo utilizado não tem aumentado a segurança das pessoas, porque tal método não tem diminuído a corrupção e a impunidade, mas reforçado ainda mais a deliquência oficial, e, pior que tudo, não consegue o reconhecimento e nem o respeito da população.
Mão na parede é o sinal de ausência de politicas públicas que coloquem os jovens nas escolas, em escolas que tenham aulas. Outro dia,uns jovens saíram mais cedo da escola por falta de professores, foram abordados como suspeitos e ouviram dos policiais o seguinte: Vagabundo agora estuda! Violência também é falta de escola que funcione adequadamente e ofereça vagas, profissionalização e o tão necessário primeiro emprego. Enquanto pessoas forem tratadas como coisas, como lixo, sem nenhum respeito ou sensibilidade, despido de toda dignidade, principalmente de possibilidades reais, não haverá segurança , nem esperança.
O mesmo Estado que rouba a dignidade de todos é o que pune com crueldade. Os planos de segurança tratam as pessoas como se fossem perigosas e criminosas em potencial e nenhum plano garante a cidadania como direito.
O povo é jogado na miséria e colonizado pela ideologia do consumo globalizado. O contraste entre a riqueza e a pobreza é perigosos e cruel.
Seria melhor colocar a mão na consciência do que continuar ouvindo Mão na Parede!
A mão está na parede da apartação social, que separa, exclui e discrimina, da parede construída pela miséria e pela exclusão.
Seria melhor tirar as mãos da parede para que todos pudessem dá-las aos irmãos.
ALPROCOL_HARUM@HOTMAIL.COM

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