segunda-feira, 19 de setembro de 2011

TRANSPLANTE DE MEDULA - NOVA TÉCNICA - SENSACIONAL-

AUMENTA A CHANCES DE TRANSPLANTE MEDULAR INCOMPATÍVEL


PROCEDIMENTO FOI USADO EM GAROTO DE 2 ANOS COM LEUCEMIA QUE NÃO TINHA DOADORES COMPATÍVEIS.


MÉDICOS DERAM QUÍMICO DEPOIS DO TRANSPLANTE PARA MATAR CÉLULAS DOADAS QUE PODEM ATACAR O PACIENTE



O uso de uma nova técnica de transplante de medula permitiu o tratamento do menino João ANTÔNIO, 2 , QUE TEM UM TIPO RARO DE LEUCEMIA INFANTIL E NÃO ENCONTROU DOADOR COMPATÍVEL NA FAMÍLIA, NA REDE DE DOADORES DE MEDULA NEM NOS BANCOS DE SANGUE DE CORDÃO UMBILICAL.


O procedimento ainda está sendo avaliado em pesquisas, mas pode, no futuro, aumentar as chances de encontrar doadores para mais pacientes que precisam de implante e não encontram um doador compatível.

Internado no Hospital Sírio-Libanês há dois meses, o menino passou primeiro por um transplante de célula-tronco de cordão umbilical de um doador parcialmente compatível.

Mas, como conta o médico VANDERSON ROCHA, coordenador da Unidade de Transplante de Medula Óssea do hospital, o transplante não deu resultado.

A medula dele parou de produzir todas as células sanguíneas.

O último recurso foi fazer o transplante de MEDULA DA MÃE, mesmo que 50% compatível.

Esse procedimento é de alto risco porque as células doadas podem atacar as do paciente, causando graves efeitos colaterais, que podem levar à morte.

Esse efeito, que é uma espécie de rejeição ao contrário, é chamado pelos médicos de doença de enxerto ( as célula doadas) contra hospedeiros( o paciente).

Para evitar esse risco, a solução foi adotar um novo procedimento, em que o paciente recebe doses de quimioterapia depois do transplante para matar os glóbolos brancos do doador ( que podem causar rejeição) e ficar só com a célula tronco, que vão povoar a medula e começar a produzir novas células sanguíneas sadias.

Todo mundo achava uma loucura fazer a químio depois do transplante, porque se acreditava que isso mataria todas as células doadas. Mas o que se viu nos primeiros estudos é que as células-tronco resistem.

A técnica permitiu recuperar o fracasso do primeiro transplante, com célula de cordão umbilical. O menino JOÃO ANTÔNIO, que tem leucemia mielomonocítica crônica juvenil, câncer do sangue que responde por só 2% dos casos de leucemia infantil, deve ter alta na próxima semana.

O médico diz que seu maior receio era que a dose extra de quimioterapia, que também é necessária antes do transplante, causasse efeitos colaterais graves. O tratamento pode afetar a bexiga e o coração. Mas ele nada teve.

Ele lembra que, apesar dos bons resultados iniciais, ainda não há dados de longo prazo sobre a nova técnica. Entretanto,está sendo um sucesso.

A Folha. 18/09/11

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